terça-feira, 25 de setembro de 2012

Setembro

Setembro é um mês significativo para mim. Coisas boas sempre acontecem nessa época do ano. Victoria completou 7 anos de idade no último dia 3. Embora eu não veja minha filha há alguns meses, penso nela constantemente. Sempre me sinto vulnerável ao falar com ela ao telefone, já que sua voz doce apenas faz minha saudade aumentar. O reconfortante é saber que ela continua saudável, linda e inteligente e que também sente minha falta. Em seu décimo aniversário, pretendo escrever uma crônica falando de seu nascimento e o quanto aquele acontecimento afetou minha vida e me fez abandonar a estagnação. Desejo à minha filha tudo o que um pai apaixonado poderia e faria por ela. Parabéns mais uma vez, minha pequena!

No dia 8, pude conferir duas grandes bandas nacionais no Festival Porão do Rock. A primeira delas foi o Sepultura, que, independente de sua formação, sempre executa um show exemplar e, desta vez, excetuando-se a abertura com três músicas do mais novo lançamento Kairos, limitou-se a tocar apenas canções dos clássicos álbuns Beneath The Remains, Arise e Chaos A.D. (com ênfase nestes dois últimos), encerrando, como de praxe, com Roots Bloody Roots, sempre o momento alto dos shows dos jungle boys. Porrada atrás de porrada. Este foi meu terceiro show do Sepultura em 26 anos de vida. Se pudesse, assistiria a pelo menos um por mês. Muito obrigado a Andreas, Derrick, Paulo e Eloy pela verdadeira “sessão descarrego”.

A segunda banda foi o Viper. Desde quando conheci seu som, por volta de 2003, tinha uma grande vontade de conferi-los ao vivo. Os dois primeiros discos – Soldiers Of Sunrise (1987) e Theatre Of Fate (1989) – contam com os vocais de André Matos, aquele mesmo que tem tesão por fundar bandas e abandoná-las no auge (Symfonia é a exceção). Aquele foi o terceiro Porão seguido em que pude conferir Matos ao vivo – em 2010 com sua banda solo e no ano seguinte com o já extinto Symfonia. Em 2012, o Viper anunciou um volta temporária aos palcos com seu vocalista original para celebrar os 25 anos do primeiro álbum. Foram meses de espera até que finalmente anunciaram um show em Brasília.

Matos veio acompanhado de Pit Passarel e Felipe Machado (baixo e guitarra, respectivamente) – os únicos integrantes que nunca deixaram a banda – além do baterista Guilherme Martin, que participou do Viper em diversas ocasiões no passado, e Hugo Mariutti, guitarrista da banda solo de Matos que substituiu Yves Passarel, irmão de Pit, atualmente no tosco Capital Inicial. Talento desperdiçado. A espera de anos para poder conferir o Viper ao vivo compensou, pois além de contar com a formação quase original, a banda executou os dois primeiros discos na íntegra, além de, para o bis, utilizarem algumas canções de Evolution (1992) – o terceiro, já com Pit nos vocais. Ele mesmo, inclusive, cantou a faixa-título deste. Não foi um show inesquecível, mas foi único para quem não viveu aquela época.

Logo após o festival, comecei a sentir uma “misteriosa” dor no pé direito. A princípio, pensei que ela iria desaparecer em alguns dias, mas foi apenas piorando. No dia 20, foi a vez do aniversário de 21 anos da Kiss. No dia anterior havia ocorrido um leve desentendimento entre nós. Eu estava chateado por ela estar triste. Nos encontramos, conversamos, nos entendemos, saímos com nossos amigos para tomar uma cerva e voltamos para casa para terminar a noite da forma como fazemos melhor. Estava tudo certo. Fiquei feliz por ter tido a oportunidade de passar seu aniversário com ela. Dois dias depois, resolvi ir ao hospital, pois meu pé estava começando a parecer uma bola de tão inchado. Depois do raio X, o médico decidiu que eu estava com uma contusão e deveria ficar de repouso por 15 dias. Caso contrário, só iria piorar. Portanto, cá estou eu, com um pé enfaixado e aprisionado em minha casa, derretendo dentro do quarto mesmo com a volta da chuva.

Mas, afinal, o que teve de bom nisso? Simples: ter uma mulher que me ama cuidando de mim durante todo o tempo possível não tem preço. Ela o faz com vontade, por querer, não por ter que fazer. Ela quer realmente estar ali ao meu lado, e isso é perceptível. Mal sabe cuidar de si mesma, mas quer cuidar de mim. Eu já havia caído nas graças dela há tanto tempo, mas quando ela se sentou para cantar Zombie (The Cranberries) para mim com aquela paixão, vontade e feeling, fiquei hipnotizado. Me apaixonei ainda mais. Kiss, você foi feita para mim, para ser minha parceira, minha grande amiga, minha companheira de jornadas pela vida e por este mundo não tão pequeno e – o mais importante – minha mulher, meu amor ardente e crocante. Permita-me zelar por você também, pois te ter em minha vida é como ganhar na loteria: uma sorte grande para poucos.

2 comentários:

  1. Eu já disse anteriormente que você tem um talento para escrever e a cada post me provo certa.
    Mesmo não sendo essa a ideia vou aceitar esse texto (pelo menos o final) como presente de aniversário, e um dos melhores que eu já recebi viu!?
    Então, muito obrigado, pelo presente, por me fazer feliz, e por deixar eu cuidar de você.
    E não tem problema que eu mal sei cuidar de mim por que você faz isso muito bem.
    Love
    Kiss

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