Setembro
é um mês significativo para mim. Coisas boas sempre acontecem nessa época do
ano. Victoria completou 7 anos de idade no último dia 3. Embora eu não veja minha
filha há alguns meses, penso nela constantemente. Sempre me sinto vulnerável ao
falar com ela ao telefone, já que sua voz doce apenas faz minha saudade
aumentar. O reconfortante é saber que ela continua saudável, linda e
inteligente e que também sente minha falta. Em seu décimo aniversário, pretendo
escrever uma crônica falando de seu nascimento e o quanto aquele acontecimento
afetou minha vida e me fez abandonar a estagnação. Desejo à minha filha tudo o
que um pai apaixonado poderia e faria por ela. Parabéns mais uma vez, minha
pequena!
No
dia 8, pude conferir duas grandes bandas nacionais no Festival Porão do Rock. A
primeira delas foi o Sepultura, que, independente de sua formação, sempre
executa um show exemplar e, desta vez, excetuando-se a abertura com três
músicas do mais novo lançamento Kairos,
limitou-se a tocar apenas canções dos clássicos álbuns Beneath The Remains, Arise
e Chaos A.D. (com ênfase nestes dois
últimos), encerrando, como de praxe, com Roots
Bloody Roots, sempre o momento alto dos shows dos jungle boys. Porrada atrás de porrada. Este foi meu terceiro show
do Sepultura em 26 anos de vida. Se pudesse, assistiria a pelo menos um por
mês. Muito obrigado a Andreas, Derrick, Paulo e Eloy pela verdadeira “sessão
descarrego”.
A
segunda banda foi o Viper. Desde quando conheci seu som, por volta de 2003,
tinha uma grande vontade de conferi-los ao vivo. Os dois primeiros discos – Soldiers Of Sunrise (1987) e Theatre Of Fate (1989) – contam com os
vocais de André Matos, aquele mesmo que tem tesão por fundar bandas e
abandoná-las no auge (Symfonia é a exceção). Aquele foi o terceiro Porão
seguido em que pude conferir Matos ao vivo – em 2010 com sua banda solo e no
ano seguinte com o já extinto Symfonia. Em 2012, o Viper anunciou um volta
temporária aos palcos com seu vocalista original para celebrar os 25 anos do
primeiro álbum. Foram meses de espera até que finalmente anunciaram um show em
Brasília.
Matos
veio acompanhado de Pit Passarel e Felipe Machado (baixo e guitarra,
respectivamente) – os únicos integrantes que nunca deixaram a banda – além do
baterista Guilherme Martin, que participou do Viper em diversas ocasiões no
passado, e Hugo Mariutti, guitarrista da banda solo de Matos que substituiu
Yves Passarel, irmão de Pit, atualmente no tosco Capital Inicial. Talento
desperdiçado. A espera de anos para poder conferir o Viper ao vivo compensou,
pois além de contar com a formação quase original, a banda executou os dois primeiros
discos na íntegra, além de, para o bis, utilizarem algumas canções de Evolution (1992) – o terceiro, já com
Pit nos vocais. Ele mesmo, inclusive, cantou a faixa-título deste. Não foi um
show inesquecível, mas foi único para quem não viveu aquela época.
Logo
após o festival, comecei a sentir uma “misteriosa” dor no pé direito. A
princípio, pensei que ela iria desaparecer em alguns dias, mas foi apenas piorando.
No dia 20, foi a vez do aniversário de 21 anos da Kiss. No dia anterior havia
ocorrido um leve desentendimento entre nós. Eu estava chateado por ela estar
triste. Nos encontramos, conversamos, nos entendemos, saímos com nossos amigos
para tomar uma cerva e voltamos para casa para terminar a noite da forma como
fazemos melhor. Estava tudo certo. Fiquei feliz por ter tido a oportunidade de
passar seu aniversário com ela. Dois dias depois, resolvi ir ao hospital, pois
meu pé estava começando a parecer uma bola de tão inchado. Depois do raio X, o
médico decidiu que eu estava com uma contusão e deveria ficar de repouso por 15
dias. Caso contrário, só iria piorar. Portanto, cá estou eu, com um pé
enfaixado e aprisionado em minha casa, derretendo dentro do quarto mesmo com a
volta da chuva.
Mas,
afinal, o que teve de bom nisso? Simples: ter uma mulher que me ama cuidando de
mim durante todo o tempo possível não tem preço. Ela o faz com vontade, por
querer, não por ter que fazer. Ela quer realmente estar ali ao meu lado, e isso
é perceptível. Mal sabe cuidar de si mesma, mas quer cuidar de mim. Eu já havia
caído nas graças dela há tanto tempo, mas quando ela se sentou para cantar Zombie (The Cranberries) para mim com aquela
paixão, vontade e feeling, fiquei hipnotizado. Me apaixonei ainda
mais. Kiss, você foi feita para mim, para ser minha parceira, minha grande amiga,
minha companheira de jornadas pela vida e por este mundo não tão pequeno e – o
mais importante – minha mulher, meu amor ardente e crocante. Permita-me zelar
por você também, pois te ter em minha vida é como ganhar na loteria: uma sorte
grande para poucos.
Eu já disse anteriormente que você tem um talento para escrever e a cada post me provo certa.
ResponderExcluirMesmo não sendo essa a ideia vou aceitar esse texto (pelo menos o final) como presente de aniversário, e um dos melhores que eu já recebi viu!?
Então, muito obrigado, pelo presente, por me fazer feliz, e por deixar eu cuidar de você.
E não tem problema que eu mal sei cuidar de mim por que você faz isso muito bem.
Love
Kiss
Só pra constar, ele me deu presente!
ExcluirKiss