segunda-feira, 21 de março de 2011

Exercício Cinematográfico: Parte I

Sexta-feira, 11 de Março. Estava conversando no MSN com Sérgio Snowz, amigo e colega do curso de Audiovisual. Estávamos com vários projetos de curtas em mente, mas nunca começávamos nenhum deles. Em certo momento, ele me mandou um link do Youtube referente ao chamado “Exercício Eisenstein”, que visa à prática de enquadramentos interessantes e uma breve trama por trás dos mesmos. Após assistir ao exercício, debatemos um pouco e ele disse que faríamos um do tipo na faculdade ainda no mesmo dia.

Até aí, tudo bem. Entretanto, uma coisa não saía da minha cabeça: o que iríamos filmar? Após refletir um tempo, decidi que deixaria esta questão para ser debatida com Sérgio quando nos reuníssemos na faculdade. Foi então que, durante o banho, eu tive uma idéia que renderia um bom exercício: um skinhead e um negro marcam um duelo em uma garagem, próximo ao carro do negro, que se atrasa bastante, fazendo com que o skinhead quebrasse seu carro. Lembrei-me também de uma piada racista que ouvi quando ainda era criança e que se encaixaria perfeitamente no contexto do filme como uma narração.

Para mim, mesmo sendo um péssimo ator, o papel de skinhead era perfeito: branco, careca, tatuado, de olhos verdes e uma forma peculiar de andar (graças ao meu problema de coluna). Racismo, o tema do filme, é algo sério e extremamente desagradável para mim (já expressei minha opinião no review que escrevi sobre American History X), mas na Arte não abordamos apenas temas descontraídos. Caso contrário, não haveria filmes brilhantes como Apocalypse Now, Crash, Midnight Cowboy e Cidade De Deus. Para o papel do negro, pensei em convidar nosso colega de Design Gráfico Cleiton “C Negão” Brito.

Logo após terminar de me arrumar, Sérgio me avisou que não poderia chegar mais cedo na faculdade, mas fui para lá no horário combinado mesmo assim, pois passar a tarde inteira em casa coçando é uma tortura. Encontrei-me com o Negão e expliquei para ele como seria o filme. Ele prontamente aceitou o convite. Algum tempo depois, Sérgio e Glauco “Floquinho” Maciel (o “audiomaster” da turma) chegaram e também foi explicada a eles a idéia do exercício. Felizmente, Glauco, que não estava nos planos porque sabíamos de sua escassez de tempo disponível, decidiu se responsabilizar por gravar todos os sons ambientes do filme, além de contribuir com uma breve trilha sonora.

Fomos, então, ao ambiente onde o filme seria rodado: o estacionamento do subsolo da faculdade. Chegando lá, vimos um belo Santana branco e decidimos que ele seria o “carro protagonista” perfeito. Ficamos perto dele fazendo um brainstorming e discutindo algumas coisas a serem filmadas, simulando pancadas no carro. Do nada, um homem sai do Fiesta estacionado próximo ao Santana, entra neste, liga-o e sai dirigindo, estacionando-o do outro lado. Todos ficaram embasbacados por não perceberem que alguma atividade acontecia no Fiesta, que incluía uma mulher. Professores safadinhos!

No mínimo, o dono do Santana achou que planejávamos roubá-lo, visto que ninguém do grupo parece “normal” (talvez apenas o Glauco). Depois de muito planejamento, decidimos que as filmagens aconteceriam na segunda-feira seguinte e que o novo “carro protagonista” seria escolhido de última hora para evitar mais imprevistos.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Fim do Infinito

Por falta de vontade para escrever algo novo, resolvi postar algo feito há algum tempo, exatamente no dia 11/10/2010. Não tinha pretensões de torná-lo público até então. “Co-escrito” por uma pessoa muito especial, embora cada vez mais distante.

Estava assistindo a um filme
Você parecia não fazer questão
E de fato não fazia, estava receosa
Nada estava bem há tanto tempo
Mas eu estava pronto
Havia a sobrecarga
Os ombros se pesavam com os corações
Eu nunca corri atrás, sempre contra
Durante muito, muito tempo foi assim
Eu nunca quis que fosse assim
E nunca fiz nada para que fosse diferente
O momento simplesmente não chegou
Eu não era feliz, agora sou
Você era feliz, agora não é
O passado é mais importante do que o presente
Já não sei mais o que sente
Não temos razão para mentir
O que foi bom ainda lhe comove
Mas isso já não é o suficiente para que fique bem
Anos não são dias, o tempo pesa
Mas ele pesa para todos nós
Nunca é tarde, mas certas mudanças são irreversíveis
O sentimento não é mais o mesmo
É como se estivesse faltando alguma coisa
Nós nos perdemos, e não sabemos quando isso aconteceu
Não sei por que permiti que isso acontecesse
Não tenho medo de perder o que não tem valor
Mas nunca tive tanto medo de perder algo como agora
Nos conhecíamos tão bem
Por que não cuidei de você?
É preciso saber quando um ciclo se fecha
Agora existimos apenas em fotografias, lembranças e amadurecimento
Não encontrarei alguém como você
Mas não mais irei te esperar
Não suportaria estar ao seu lado e não poder tocá-la
Obrigado por ter feito parte de mim
O amor seguirá em frente.