sábado, 12 de fevereiro de 2011

Navalhas Banguelas

A solidão não se perde no olhar penetrante de seus olhos
Carnívoro é o coração latejante da alma vagabunda
Que, de certa forma, atinge meu ser ligeiramente cansado
E rompe a raiz do mal, devorando o amanhecer de cada dia

Não há razão dentre as razões que circundam a presença
A carne fraca traz aquele sentimento de sentimento interrompido
Traz-te vertiginosa aos meus pensamentos mais cruéis
Infiéis, tragados por uma boca ensandecidamente ensangüentada

Unhas e dentes se partem ao atacar a mórbida híbrida relação
Contundentes se fazem sob o fio da navalha banguela
A Pátria pútrida cumprimenta a Mãe Terra pelo fértil solo
Tão cheio de detritos, de ameaças e de si próprio

Em todo este mar de flutuantes naufrágios encontra-se esta
Aquela, e mais algumas luzes de velas queimando-se sofridas
Pranteando desesperadas pelo fim da parafina suada
Pois sabem que o fogo arde em dor, não em prazer

Afinal, qual seria o desfecho apropriado para a História?
Apenas o fim.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Letra "A"

Mulher: beleza estonteante e singular
Faca amolada que corta cegamente
Mar raso de grandes profundidades
Transparência envolta em mistério

Faz-nos chorar e ser homens
Leva-nos ao céu e ao inferno
Induz-nos a sermos melhores
Extrai-nos a força para amar

Tão bela, a ponto de apaixonarmos apenas ao olhá-la
Sentir o bater de seu forte coração
O som mais belo, que faz-nos sentir em casa
E as sombras cederem lugar a mais brilhante luz

Seu sorriso, seu rosto, seu charme, seu cheiro, seu ser
Morrer em tais braços seria a grande honra do homem
Cada noite em sua companhia seria infinita
Embora não possamos viver para sempre

Mulher: anjo sedutor, inteligente e fatal
Pequena em suas proporções, gigante em seus atos
Insolúvel como um diamante, quente como um vulcão
Encantadora como a neve, devastadora como um furacão

Flecha falha que não erra
Força esgotável que não se rende
Doença benigna que não tem cura
Maravilha grandiosa que não se ofusca.