terça-feira, 24 de julho de 2012

I Hate No More: Parte I

Já imagino o que irão pensar aqueles que leram minha crônica sobre o SWU 2011. Afinal, não é novidade que, naquela época, eu não conhecia o trabalho do Faith No More (apenas sua versão para Easy e alguns trechos do DVD Who Cares A Lot?, exibido no micro-ônibus durante a viagem de ida para o festival), portanto ouvir aquelas músicas esquisitas e desconhecidas ao vivo, estando exausto e sob a fria chuva da madrugada não foram uma boa experiência e apenas aumentaram minha antipatia para com o som da banda.

Entretanto, fiz questão de deixar uma coisa bem clara: Mike Patton é o cara, um dos melhores vocalistas de todos os tempos, e vê-lo mostrar seu talento e fazer suas barbaridades e palhaçadas no palco não tem preço. No semestre passado – o último da faculdade – rolou constantemente a piada das “duas palavras”, em especial com o Nicolas, um dos ex-colegas com quem eu mais me identificava.

Antes do SWU e, sobretudo, após ele e durante o começo de 2012, o Bruno sempre me dizia o quanto ele gostava da banda e o quanto o som era bom, ao menos aquele dos primeiros álbuns. Em minha visita a Montes Claros no final de Janeiro, o Hernanny também me disse que Faith No More era muito bom – o que é bastante suspeito, pois ele ama bandas New Metal, logo é difícil levá-lo a sério. Porém, o que mais me intrigou foi o fato de que João Paulo, marido de Priscila, mesmo afirmando detestar New Metal, declarou-se grande admirador do FNM.

Logo pensei que, de fato, poderia valer à pena dar uma chance à banda. Ao voltar para casa, peguei a discografia e perguntei ao Bruno qual álbum eu deveria escutar primeiro – aquele que não me faria querer desistir após duas ou três músicas. Segui sua recomendação e, alguns meses depois, eu já havia me tornado admirador da banda também. É algo curioso e real. Em um dia, detestamos algo (ou alguém). No outro, não. E vice-versa.

A origem do Faith No More foi o Faith No Man, fundado em San Francisco em 1981 pelo baixista Billy Gould, baterista Mike Bordin, tecladista Wade Worthington e vocalista/guitarrista Mike Morris. Esta banda lançou apenas um single em 1982 chamado Quiet In Heaven/Song Of Liberty. Worthington foi substituído por Roddy Bottum pouco depois. Ainda no mesmo ano, Gould, Bordin e Bottum deixaram o Faith No Man e fundaram o Faith No More. Em 1983, após diversas mudanças, Chuck Mosley assumiu o microfone (que chegou a pertencer a Courtney Love por um curto período de tempo) e Jim Martin tornou-se o guitarrista. Os três fundadores são os únicos membros da história do Faith No More a participar em todos os lançamentos da banda. Nas postagens seguintes comentarei sobre os oito principais, desde o primeiro álbum até a primeira coletânea, que marcou o fim da banda em 1998.