Já
imagino o que irão pensar aqueles que leram minha crônica sobre o SWU 2011.
Afinal, não é novidade que, naquela época, eu não conhecia o trabalho do Faith
No More (apenas sua versão para Easy
e alguns trechos do DVD Who Cares A Lot?,
exibido no micro-ônibus durante a viagem de ida para o festival), portanto
ouvir aquelas músicas esquisitas e desconhecidas ao vivo, estando exausto e sob
a fria chuva da madrugada não foram uma boa experiência e apenas aumentaram
minha antipatia para com o som da banda.
Entretanto,
fiz questão de deixar uma coisa bem clara: Mike Patton é o cara, um dos
melhores vocalistas de todos os tempos, e vê-lo mostrar seu talento e fazer
suas barbaridades e palhaçadas no palco não tem preço. No semestre passado – o
último da faculdade – rolou constantemente a piada das “duas palavras”, em especial
com o Nicolas, um dos ex-colegas com quem eu mais me identificava.
Antes
do SWU e, sobretudo, após ele e durante o começo de 2012, o Bruno sempre me dizia o quanto ele gostava da banda e o quanto o som era bom, ao menos aquele
dos primeiros álbuns. Em minha visita a Montes Claros no final de Janeiro, o
Hernanny também me disse que Faith No More era muito bom – o que é bastante
suspeito, pois ele ama bandas New Metal, logo é difícil levá-lo a sério. Porém,
o que mais me intrigou foi o fato de que João Paulo, marido de Priscila, mesmo
afirmando detestar New Metal, declarou-se grande admirador do FNM.
Logo
pensei que, de fato, poderia valer à pena dar uma chance à banda. Ao voltar
para casa, peguei a discografia e perguntei ao Bruno qual álbum eu deveria
escutar primeiro – aquele que não me faria querer desistir após duas ou três
músicas. Segui sua recomendação e, alguns meses depois, eu já havia me tornado
admirador da banda também. É algo curioso e real. Em um dia, detestamos algo
(ou alguém). No outro, não. E vice-versa.
A
origem do Faith No More foi o Faith No Man, fundado em San Francisco em 1981 pelo
baixista Billy Gould, baterista Mike Bordin, tecladista Wade Worthington e
vocalista/guitarrista Mike Morris. Esta banda lançou apenas um single em 1982 chamado Quiet In Heaven/Song Of Liberty. Worthington foi substituído por Roddy Bottum pouco
depois. Ainda no mesmo ano, Gould, Bordin e Bottum deixaram o Faith No Man e fundaram
o Faith No More. Em 1983, após diversas mudanças, Chuck Mosley assumiu o
microfone (que chegou a pertencer a Courtney Love por um curto período de tempo)
e Jim Martin tornou-se o guitarrista. Os três fundadores são os únicos membros
da história do Faith No More a participar em todos os lançamentos da banda. Nas
postagens seguintes comentarei sobre os oito principais, desde o primeiro álbum
até a primeira coletânea, que marcou o fim da banda em 1998.