quinta-feira, 16 de junho de 2011

Exercício Cinematográfico: Parte II

Terça-feira, 15 de Março. As filmagens não aconteceram no dia anterior por motivos dos quais já me esqueci. Acredito que nem todo o equipamento necessário para as filmagens estava disponível naquele dia. Felizmente, não era nada que pudesse comprometer as mesmas ou desanimar algum dos participantes. Glauco havia conseguido emprestado um cassetete com a frase “Eu sou o troco do fiado”, o que serviu de base para o futuro título do filme.

Encontrei-me com Glauco e Sérgio no pátio da faculdade por volta do horário marcado. Neste dia, Cleiton havia dito que se atrasaria um pouco. Então, para não perder tempo, Glauco decidiu que desceria ao estacionamento sozinho para gravar ruídos com seu boom (microfone de alta sensibilidade e captação) para serem mixados na edição. Apenas alguns minutos depois, ele retorna, afirmando que o dono do Santana branco estava lá. Glauco nos perguntou se seria uma boa idéia conversar com ele para, quem sabe, o mesmo nos autorizar a filmar perto de seu carro. Achamos interessante e Sérgio desceu com Glauco para falarem com o dono, que entendeu a proposta e autorizou sem problemas, ainda que verbalmente.

Sérgio voltou ao pátio sozinho para que Glauco pudesse gravar os ruídos. Pouco depois, ele também voltou e Cleiton chegou à faculdade. Com a equipe reunida, fizemos uma breve sessão de fotos (tosquíssimas, por sinal – uma delas foi melhorada por tratamento feito pelo Cleiton e pode ser conferida ao final do post) no pátio e rapidamente nos dirigimos ao estacionamento para dar início ao trabalho, primeiramente decidindo quais seriam os melhores enquadramentos e movimentos de câmera, levando em conta que toda a iluminação seria natural.

Não irei descrever a filmagem em si, pois estaria falando sobre o filme inteiro. Boa parte das cenas foi rodada em dois takes porque Cleiton e eu não somos atores e não nos concentramos apropriadamente no começo. Um take extra da cena final foi feito a pedido do Cleiton porque este reclamou que seus peitos balançaram muito enquanto estava correndo. (Negão, foi mal, mas não pude evitar. HAHAHA!)

Ao concluir as cenas, Cleiton precisou partir. Restava agora fazer a gravação da piada, então Sérgio, Glauco e eu fomos para o “estúdio” da faculdade. Tentamos ajustar e utilizar o “equipamento” de lá, mas acabamos optando pelo boom. A única fala do filme foi gravada lá, uma vez que a mesma era racista e deveria ser dita em alto e bom som. Então, decidimos que seria melhor dublá-la no estúdio para evitar possíveis problemas com as pessoas que passavam pelo estacionamento. A princípio, a narração da piada também seria feita por mim. Porém, depois de muitas tentativas, não consegui encontrar uma boa entonação de voz e Sérgio acabou fazendo-a do seu jeito, o que ficou ótimo. Para finalizar, Glauco se responsabilizou por encontrar outros sons necessários ao filme que não foram possíveis na gravação (como o ruído do vidro do carro se quebrando) e Sérgio prontificou-se a editar todo o material.

O que se seguiu foi uma seqüência de reuniões com Sérgio para chegarmos a um consenso absoluto sobre como ficaria o produto final, que levou mais de dois meses para ser concluído, considerando a dificuldade para montar as imagens (afinal, havia muito material bom), mixar o som e ainda encontrar os ruídos extras. O filme foi nomeado O Troco do Fiado e teve duas versões. A versão sugerida por Sérgio traz legendas explicativas sobre o destino dos personagens, além de censura na fala proferida pelo skinhead. A outra versão, sugerida por mim, é mais crua e não traz censura e explicações.

Agora que o filme está pronto, o próximo passo é decidir o que faremos com ele.



A equipe de O Troco do Fiado (2011):

Glauco Maciel: Som e Trilha Sonora
Sérgio Neves: Fotografia, Edição, Produção e Direção
Pedro “The Nomad”: Argumento, Atuação e Produção
Cleiton Brito: Atuação

terça-feira, 14 de junho de 2011

O Sereno da Madrugada

Um caminho de pedras
Um beco sem saída
A única certeza era a de que eu estava preso
Desnorteado pelos meus próprios instintos

Madrugada
Grande sereno nocivo sobre minha cabeça desnuda
O corpo diz:
“Apenas quero um abrigo para passar a noite”

Amanhã será um novo dia e encontrarei o caminho certo

Ou não

Passo a gostar da perdição, pois já não há quem possa me salvar.