segunda-feira, 27 de setembro de 2010

The Gold Rush (Em Busca Do Ouro - 1925)

“Durante a Grande Busca do Ouro no Alaska, milhares de homens vieram de todas as partes do mundo. Muitos não estavam cientes das dificuldades perante a eles, o frio intenso, a falta de comida – e uma jornada através de regiões de gelo e neve era um problema que os aguardava.”

Assim iniciava-se The Gold Rush (Em Busca Do Ouro), filme de 1925 do mestre Charlie Chaplin. A trama se passa no ano de 1898 e traz o personagem mais icônico de Chaplin, o famoso Vagabundo, retratado aqui como “um prospector solitário”, vagando pelas montanhas geladas do Alaska. Quando uma forte nevasca é iniciada, o Vagabundo e Big Jim, outro prospector que acabara de encontrar uma mina de ouro, se vêem obrigados a buscar refúgio na velha cabana de Black Larsen, procurado pela polícia. A nevasca se estende por dias e os três homens se encontram totalmente famintos e decidem tirar na sorte quem irá partir em busca de comida. O próprio Larsen é “sorteado” e parte para a jornada.

A partir deste momento, as inúmeras cenas clássicas de The Gold Rush perduram até sua conclusão, começando pelo momento no qual Big Jim e o Vagabundo jantam uma das botas cozidas deste último, passando pela hilária cena mostrando Big Jim, alucinado pela fome, imaginando o Vagabundo como um grande frango (aliás, até o desempenho de Chaplin como um frango é digno de aplausos). E tudo o que foi citado até agora é apenas referente à meia-hora inicial do filme.

Outros personagens relevantes são: Hank Curtis – um homem que ajuda o Vagabundo quando este finge desmaio para conseguir uma refeição e o deixa encarregado de sua cabana enquanto parte em uma jornada com seu parceiro –, Jack Cameron, o antipático garanhão pegador de mulheres e Georgia, interesse romântico do Vagabundo.

Aliás, não posso deixar de comentar sobre a personagem Georgia. Freqüentadora assídua de um cabaré e constantemente assediada por Cameron, a moça usa o Vagabundo (que acaba se apaixonando) para poder se livrar momentaneamente do garanhão. Acontece que, durante o filme, temos claras demonstrações de que ela realmente tem uma queda por Cameron e julga que a melhor forma de demonstrá-lo é fazer cu-doce até que este perca a paciência. Em certo momento, Georgia responde positivamente quando Cameron a pergunta se ela o ama, apenas para se sentir mal quando percebe que fez uma brincadeira de mau gosto com o Vagabundo, culminando em mais cu-doce. Inclusive, este é um raro momento da projeção no qual Georgia demonstra algum afeto pelo Vagabundo, já que em grande parte do tempo ela apenas o provoca e, quando ele sai de cena, é zombado por ela e suas amigas. Mesmo tendo ficado profundamente triste (a expressão de Chaplin ao abrir a porta da cabana e perceber que não há absolutamente nada lá fora é tocante), o Vagabundo não pensa duas vezes quando o fazem crer que Georgia se arrependeu da “brincadeira” e vai correndo atrás da vagaba, num claro exemplo de quão malditas são as mulheres, que possuem o dom de transformar homens em simples capachos.

E já que falei sobre Georgia, não posso deixar de comentar sobre Big Jim, personagem fundamental da história que, a princípio, pode ser encarado como um sujeito antipático e egoísta. Porém, no decorrer da narrativa, percebe-se gradualmente que ele é um homem do bem (apesar de tentar matar o “frango” em prol de seu estômago) e, ao lado do Vagabundo, protagoniza as melhores cenas de The Gold Rush.

Tracemos, então, um breve perfil do Vagabundo. O protagonista de 90% dos trabalhos de Charlie Chaplin é um andarilho que sobrevive graças a sua esperteza, bajula outras pessoas para seu próprio bem e é apaixonado pelas mulheres. Não ouvimos a sua voz, mas ele fala com os outros personagens. Medroso em muitos casos, mas fica irado quando o bicho pega pro lado de quem ele ama (quem já assistiu The KidO Garoto –, sabe do que estou falando). Apesar de simplório, é um grande cavalheiro que sabe valorizar as pequenas coisas da vida e as pessoas que ela nos traz. Tem problemas com a Lei o tempo todo, mas nunca é realmente culpado. Mais atrapalhado e divertido, impossível. Enfim, são tantas as características do Vagabundo que eu poderia consumir uma página inteira falando sobre elas, mas me limito a citar apenas algumas de minhas preferidas.

Falar da parte técnica de qualquer filme de Chaplin é desnecessário. Afinal, um gênio que escreve, produz e dirige seus próprios filmes (além de atuar e compor a trilha sonora) há de fazer um trabalho realmente impecável. Chaplin estava em um grande momento de sua carreira e isto se reflete em outras grandes cenas como a da famosa “dança dos pães” e da cabana equilibrando-se na beira de um penhasco. Minha única reclamação é justamente o desfecho da história, que acontece de maneira óbvia e muito conveniente, mas nada que tire o mérito alcançado em The Gold Rush, uma clara demonstração de talento do maior mestre da história do Cinema mundial e um prenúncio do que seriam suas obras-primas definitivas.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

3:30 a.m.

Poema escrito em meados de 2000. O manuscrito foi encontrado somente agora, após tanto tempo.

Se você soubesse como me sinto agora
Não teria feito isso antes
Tudo terminou em um hospital
Às três e meia da manhã
Não faz mais sentido algum
A vida não vale mais nada
Quero me afundar no mar
Com você tentando me salvar
Um traficante ontem me disse
Que o pó tava barato
E que uma garota tinha comprado
Cem gramas do bem malhado
E eu não liguei, não pensei em você
Eu achei que era outra pessoa
Mas não queria correr o risco
Fui correndo para sua casa
Cheguei lá, mas ninguém estava
Pensei bem: “Onde ela está?”
Mas não adianta, não vou achar
Não resta mais aonde procurar
Em minha casa, o telefone tocou
Minha garota perguntou: “Por onde andou?”
“Estava te procurando, mas não te achei
Então fui para casa e descansei.”

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O Maior Tesouro do Mundo

Hoje é aniversário de uma das poucas pessoas que, hoje sei, farão parte da minha vida para sempre. Quanto a algumas outras, não sei bem ao certo. Na verdade, nem me preocupo, apenas deixo rolar. Ou melhor, arrastar.

A aniversariante da vez é a minha linda filhota Vicky. Já se fazem 5 anos desde o inesquecível dia em que ela nasceu e no qual tive o prazer de acompanhar tudo de perto. A chegada dela foi a coisa mais linda que já vi e realmente não sei como tem gente que passa mal em tal situação. Guardo aquele dia como um dos melhores momentos pelos quais já passei e, embora ainda não tenha passado tanto tempo com ela quanto gostaria, sei que teremos grandes momentos juntos no futuro, não importa em quais circunstâncias.

Minha linda, parabéns pelo seu dia! Papai ama você!

Saudades...