sábado, 31 de dezembro de 2011

Epílogo (Memória: Parte II)

Estava eu lendo o post referente ao primeiro aniversário deste blog e relembrando como havia sido o ano de 2010. Realmente foi um ótimo ano ao lado dos amigos em Goiânia no primeiro semestre e dos colegas de faculdade em Brasília no segundo. Aquilo seria difícil de superar, ao menos em curto prazo.

Na faculdade, aquele senso de união acabou junto ao primeiro semestre. Logo no início do segundo, já em 2011, indícios de que cada semestre seguinte seria pior que o anterior começavam a surgir quando finalmente percebi o enorme desdém da faculdade e da coordenação para com o nosso curso e isso refletiu até mesmo nas relações entre os alunos. Os trabalhos em grupo foram ficando cada vez mais tensos, gerando grandes atritos. Como não poderia deixar de ser, muitos atribuíram boa parte destes atritos à minha personalidade crítica e inflexível. Sinceramente, não dei a mínima. Chegava a um ponto em que eu simplesmente fazia a minha parte e esperava que o trabalho fosse concluído de qualquer forma.

Apesar dos altos e baixos, eu creio que o próximo semestre – o último – será bom, mesmo não tanto quanto foi o primeiro. Espero apenas não me decepcionar ainda mais. Acho difícil, mas nunca se sabe. Ao menos eu pude comprovar que, mesmo com um curso e uma faculdade tão aquém, minha paixão pelo Cinema continua intacta.

Se 2011 foi horrível na faculdade, foi excelente em termos profissionais. Eu nunca havia gostado de algum trabalho a ponto de querer passar mais tempo nele do que em qualquer outro lugar, até mesmo a minha casa. Estou num ótimo momento e atribuo isso à minha dedicação durante todo o ano, expondo a responsabilidade, confiança e competência em minha pessoa que eu mal sabia que existiam. O melhor de tudo não é apenas ser reconhecido, mas também respeitado – poder ser professor, colega e amigo de todos e saber como separar e equilibrar as coisas é maravilhoso. Todos saem ganhando, eu principalmente. Aprendo todos os dias com todo mundo, sobretudo com os alunos. Neste sentido, minha expectativa para o ano que vem é de algo ainda maior e melhor.

No lado pessoal, o ano não foi tão bom. Parece um tanto contraditório com o que eu acabei de escrever, mas a verdade é que a solidão pairou em mim durante todo o tempo. Eu me sentia sozinho mesmo não estando. Por mais que eu não esteja com pressa em ter alguém ao meu lado, sinto falta. Afinal, relacionamentos são como drogas e tecnologia: só sentimos falta depois de experimentar. Nenhuma das mulheres com quem saí este ano me fez despertar a vontade de querer levá-la a ter algo mais sério. Faltava alguma coisa, mas ainda não descobri o que. Talvez eu mesmo não quisesse nada sério com ninguém na época.

Além do lado profissional, o único outro motivo que impede que este ano seja inferior ao passado é o tempo que passei com a Victoria. Foi muito breve, mas aquela linda garotinha de seis anos conseguiu extrair o que há de mais paterno em mim naquela semana de convivência. A saudade aumenta toda vez em que ouço sua voz pelo telefone. Aquele foi o único momento do ano em que a solidão resolveu tirar férias. Até mesmo meu relacionamento com meus pais melhorou. A cada dia eu percebo mais e mais o quão importantes eles são para mim. Afinal, são eles quem ficam ao meu lado quando estou na merda.

Em resumo, 2011 teve seus bons e maus momentos. Acredito que os bons foram feitos da melhor forma possível. Os maus, penso que eu mesmo não poderia ter feito muito – quase nada – para que fossem diferentes. Tudo é questão de momento. Tudo passa, tudo passará.

Que 2012 venha com tudo. Ótimo Ano Novo a todos.

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