quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A Música Em Minha Vida (É Importante)

Você já parou pra pensar na importância da Música em sua vida? Eu já. Mas para que serve Música? Para revoltar, saudar, animar, entristecer, refletir, relembrar, sentir. Ela sempre se fez presente para mim. Meu principal mentor nessa arte foi meu pai, quem me ensinou a diferenciar o bom do ruim. Se você tivesse uma trilha sonora perfeita, qual seria? Uma música que te faz balançar o rabo ou que te faz querer ficar parado num canto e dedicar cada segundo de atenção a ela? A Música abre tantos leques de opção, e às vezes é simplesmente impossível escolher apenas uma.

Resolvi fazer uma lista com algumas das melhores ou, no mínimo, mais importantes músicas em minha opinião. Algumas delas remetem a fatos, momentos, ou simplesmente admiração. Resolvi postá-las na ordem em que foram escritas, então a última não é necessariamente inferior à penúltima, que não é necessariamente inferior à antepenúltima...

Estranged - GUNS N’ ROSES
Fui um grande fã do GN’R quando tinha 16 anos e vivia em Brasília. Teve um tempo em que eu até usava uma bandana com o nome e o símbolo da banda na minha testa. Recebi até o apelido de Pedro Guns em algumas rodas de amigos. O tempo passou e não sou mais um fã deles, apesar de ainda gostar bastante. Mas uma coisa é certa: jamais deixei de ouvir Estranged, a melhor música de todos os tempos até hoje. Tudo nela foi minuciosamente feito, desde passagens, climas, letras, bases e solos. Falando em letras, nunca Axl soou tão sincero quanto aqui. Até seu piano parece sofrer as dores de uma separação. Quanto aos solos e bases, Slash se superou ainda mais e criou o melhor trabalho guitarrístico da história do GN’R em pouco mais de 9 minutos de música. A composição é tão grandiosa que não tiveram coragem de editá-la, rendendo o também melhor vídeo clip da história, com 10 minutos de duração. Acho que não preciso dizer mais nada.

Free Bird - LYNYRD SKYNYRD
Certa vez estava no carro com meu pai em Boston ouvindo a rádio Classic Rock e começa a tocar uma música diferente. Fiquei tão embasbacado com a beleza simples do refrão. Percebi que meu pai conhecia a música, então perguntei quem tocava. O problema é que ele também não sabia. Estava trocando idéia com uma amiga, também fã de Rock N’ Roll e, como ela entendia bastante de bandas americanas, recitei um trecho do refrão para ver se ela reconhecia a música. “Oh yeah! It’s Free Bird, from Lynyrd Skynyrd!”, disse ela. Então, a primeira coisa que fiz no dia seguinte foi correr atrás de um CD deles com essa música, e devo dizer que passei quase o dia inteiro tirando o atraso. Mais um épico com 9 minutos de duração. A primeira parte dura 5 e é composta por uma balada excelente, com letra sobre despedida (ou morte, vai saber), slides cheios de feeling e, novamente, um excelente refrão. A segunda parte é instrumental e dura 4 minutos de solos de puro Rock N’ Roll 70’s. Simplesmente viciante.

Fat Old Sun - PINK FLOYD
É engraçado como a gente às vezes leva tempo para gostar de uma música, de um CD, ou até mesmo de uma banda. Sempre escutei e gostei de Pink Floyd quando era pequeno, mas certa vez, lá para meados de 1997 talvez, meu pai me chega com um CD estranho, com uma vaca na capa e dizendo que era do Pink Floyd. Lembro até de ter achado aquela capa tosca e totalmente sem sentido, e isso se agravou ainda mais quando fui escutá-lo pela primeira vez. O que era aquilo? Uma música orquestrada de 23 minutos?! “AFF!”, pensei. Outra de 13 com sons de um cara fritando bacon e preparando sucrilhos no café da manhã?! “PUTZ!”, regurgitei. Mas entre estas haviam 3 composições mais curtas, com 4 ou 5 minutos de duração, sendo cada uma feita por um integrante da banda (exceto pelo baterista Nick Mason). Uma delas se chamava Fat Old Sun, composta e cantada por David Gilmour. Fiquei espantado com o feeling que o cara utilizou para suas harmonias vocais e o quanto elas se encaixam com sua letra viajante. E o solo então? O melhor da história do Pink Floyd! Esqueça Comfortably Numb. Enfim, depois de algum tempo eu me tornei um grande fã de todo o álbum e o tenho como um dos meus preferidos em minha coleção. Até criei uma obsessão saudável por vacas.

What’s Up - 4 NON BLONDES
Sabe aquela música que te faz lembrar da infância, quando você ainda não tinha e não precisava ter responsabilidades? Pois então, estava eu com meus poucos anos de idade quando tive contato com essa música. Na época ainda morava em Manaus, mas tinha ido passar férias em Belo Horizonte. Na casa de uns tios havia um CD de um tal de 4 Non Blondes, que tinha acabado de lançá-lo. A capa, com um desenho muito legal de um trem e outras coisas, me chamou a atenção. Ao ouvir as primeiras músicas, não fiquei muito impressionado. Até que tocou What’s Up, a música responsável pelo sucesso comercial da banda. Jamais me esqueci daquele momento. Mesmo não entendendo nada de inglês naquela época, parecia que a música transpirava nostalgia pra todos os lados. Lembro-me até que gravei o CD numa fita cassete para ouvir quando eu voltasse para casa, mas depois de um tempo descobri que meu pai pegou a fita e gravou algo por cima dela. Cara, como eu fiquei puto! Pois é, ouvir essa música em particular me faz lembrar da minha infância e até hoje acho que ela foi feita para isso.

To Blossom Blue - LAKE OF TEARS
2003 foi o melhor ano da minha vida, e ao mesmo tempo o mais complicado e turbulento. Passei metade dele em Belo Horizonte, e a outra, em Montes Claros. Foi nessa época em que conheci algumas das bandas que hoje são minhas preferidas. Lucas, um primo meu de BH, havia me passado um CD com MP3 de algumas bandas para ver se alguma me agradava. O Lake Of Tears foi a única que me chamou atenção, e escutando com calma pude perceber que era uma coletânea aleatória de músicas, muito boas por sinal, mas não passou disso. A banda tinha caído no esquecimento para mim, até que um dia me deparo com uma matéria sobre eles no Whiplash!, na seção Discografia Comentada, que me chamou a atenção e pensei: “eu me lembro dessa banda!”. Já morava em Dallas e encomendei todos os CDs da banda. Um deles começava com a mesma música que começava a coletânea que eu tinha, então resolvi escutá-lo até o fim, até que descobri o épico To Blossom Blue, música com pouco mais de 8 minutos que encerrava aquele álbum. A simplicidade com que a música inteira era executada me fez perceber que a própria simplicidade pode ser o virtuosismo de um músico, e que, quanto mais orgânico, melhor. Enfim, excelente música para uma nostalgia. Não sinto falta de Dallas, mas ela me faz ter boas lembranças do apartamento no qual eu morava quando redescobri a banda.

In The Arms Of Sleep - SMASHING PUMPKINS
Minha vida sempre foi ligada à Música, tudo tinha a presença dela. Até mesmo em cartas. No segundo semestre de 2003, em Montes Claros, conheci uma garota chamada Aninha. Ela era linda, branquela e misteriosa. Acabamos nos conhecendo melhor e rolou um clima, que culminou num relacionamento sério. Infelizmente, por motivos de força maior, fui obrigado a voltar para Brasília. Entretanto, mantivemos nosso relacionamento à distância. Telefonemas eram muito caros e nós dois, meros adolescentes de 17 anos sem nenhum puto no bolso e com muito pouco acesso à internet, encontramos nas correspondências a melhor e mais interessante forma de comunicar-nos. Foi então que tive a idéia de traduzir letras de músicas legais e mandar junto à carta. Não me lembro mais quais foram as primeiras traduções. Na verdade não me lembro exatamente da maioria delas. Mas eu queria uma que fosse especial, e de uma banda que ela gostasse tanto quanto eu. Então, depois de quebrar um pouco a cabeça, pensei no Smashing Pumpkins, banda que eu havia conhecido em BH no início daquele mesmo ano e apresentei a ela após o início do namoro. “Já tem a banda, mas e a música?”, pensei. Peguei o encarte de um certo álbum duplo deles e comecei a ler as letras, ver o que melhor se encaixava, até que cheguei em In The Arms Of Sleep. Naquele momento, senti como se eu próprio a tivesse escrito, tamanha era a conexão com a minha situação. A letra é basicamente sobre um cara que diria, faria e seria qualquer coisa para que sua amada estivesse junto a ele. Devo admitir que não é minha música preferida da banda e que ela está aqui mais como um fato curioso e interessante daquela época. Eu ainda diria, faria e seria qualquer coisa para estar perto dela, e não me refiro à música.

Nutshell - ALICE IN CHAINS
Levei 3 anos para realmente entrar de cabeça na discografia do AIC. Antes disso, há muito tempo atrás, eu costumava ir para a Avenida Sanitária de Montes Claros conversar com amigos. Muitas vezes um violão se fazia presente, e havia uma dupla que adorava tocar músicas de bandas dos anos 90. Em uma das ocasiões tocaram uma música que me chamou a atenção pela tristeza que transmitia e, como percebe-se, adoro tudo que transmita tristeza, pois acaba automaticamente sendo belo. “Que banda é essa?”, “Alice In Chains.”, “Ah, só.”. E ficou por isso mesmo durante um bom tempo, até que um belo dia, já curtindo a banda um pouco mais, resolvo assistir o DVD acústico e logo de cara me deparo com a mesma música e, de lá pra cá, nunca mais parei de ouvi-la. Ela tem uma fusão tão perfeitamente triste de letras, melodias vocais e arranjos que é raro encontrar uma composição no mesmo nível de qualidade, e o Alice In Chains sempre se mostrou uma banda diferente de todas as outras de sua época e, na maioria dos casos, melhor. Quando quero curtir uma fossa, Nutshell é “diversão” na certa.

Riders On The Storm - THE DOORS
Goiânia, 1996. Meu pai chega em casa com um CD do The Doors, banda que ele parecia conhecer relativamente bem. “The Doors? Que porra é essa?”, perguntei meio afobado querendo ver se o som prestava. Não demorou muito para eu cair nas graças da banda de Jim Morrison e Ray Manzarek, mas demorou muito, muito mesmo, para que Riders On The Storm, épico de 7 minutos que encerra o último álbum de estúdio com Jim Morrison (ou seja, também encerra um capítulo da história do Rock), fosse bem recebida pela minha pessoa. Ainda muito novo, achava a música chata e repetitiva, além de não entender o que havia por trás das letras. Um dia cai uma puta chuva em casa, com barulhos ensurdecedores de trovões. De repente, me pego cantando o trecho inicial da letra da música. Foi exatamente nesse momento que caiu a ficha do quão linda ela era e o tempo que eu perdi evitando-a durante anos. O trecho em que é dito para a garota amar seu homem, pegá-lo pela mão e fazê-lo entender me causa arrepios até hoje.

Farm On The Freeway - JETHRO TULL
Como eu sinto falta dos LPs e K7s. Tudo bem que hoje tudo ficou mais fácil e portátil com os aparelhos de MP3, e que estes seriam muito improváveis sem a existência dos CDs. Hoje você consegue obter qualquer coisa que quiser pela internet, mas antigamente era necessário correr atrás do que os seus amigos, vizinhos e parentes tinham de bom em termos de Música. Disso eu me lembro muito bem. Num apartamento em Manaus, em 1994, tivemos que arrumar um CD player emprestado só para gravar um CD em K7. Nosso primeiro CD player veio apenas no ano seguinte, já em Goiânia, e acabamos ignorando as K7s por muito tempo. À medida que meu pai comprava CDs de coisas que ele já tinha nos outros formatos, eu ia reconhecendo tudo desde a primeira audição. Só que às vezes você fica tantos anos sem ouvir algo que acaba esquecendo que ele existe. Então, num dia qualquer em Brasília, saio de casa com 80 reais na mão pensando em obter boa música e compro 3 CDs, sendo um deles do Jethro Tull que eu nem fazia idéia que conhecia. Claro, conhecia a banda, mas não sabia que conhecia o álbum. Pois é, cheguei em casa todo empolgado e percebo que conhecia tudo o que ouvi ali, e como foi bom. Quando começou a segunda música, Farm On The Freeway, me veio rapidamente lembranças de quando eu a escutava sozinho em casa, normalmente durante a noite, e isso provavelmente a cerca de 10 anos atrás. Junte isso ao fato de ser uma composição que instiga grande nostalgia, especialmente quando você tem uma vida normal e resolve largar tudo e não olhar para trás.

Limbo/Ostia - SEPULTURA
O Sepultura foi outra das bandas que conheci em Belo Horizonte em 2003. De lá pra cá, se tornou minha banda preferida por possuir uma discografia mais variada do que a maioria das bandas possui. Quando eu morava em Boston foi lançado um novo álbum. Ele continha 4 introduções, o que achei meio estranho a princípio. Uma delas, a segunda especificamente, se chamava Limbo, com cerca de 40 segundos de duração, e abria caminho para Ostia, a música propriamente dita. Não me lembro de ter tido uma grande reação quando a ouvi pela primeira vez. Isto é, até que chegou a parte do solo. Todos sabem que os solos de guitarra do Sepultura nunca foram lá dos mais criativos, e é por isso que este se sobressai. Trata-se de um belíssimo solo de violoncelo em meio a uma base lenta e pesada, como é marca da banda em algumas fases. Este momento em específico simboliza perfeitamente o que uma banda com capacidade praticamente infindável pode fazer, misturando peso com elementos clássicos, sem soar chato como muitas bandas “melódicas” fazem. Depois de mais algumas audições, é perceptível que tudo na música funciona muitíssimo bem, desde o peso brutal que Igor Cavalera e Andreas Kisser conferem na parte instrumental até os vocais agressivos de Derrick Green, além de Limbo acabar se tornando uma introdução obrigatória para Ostia. Uma pequena obra-prima.

Como pode ter percebido, eu não quis incluir nomes de álbuns. Eles são assunto para um outro dia. E você? Tem alguma música que marcou parte da sua vida de alguma forma? Caso queira, deixe um comentário a respeito.

Grande abraço.

Um comentário:

  1. faria e seria qualquer coisa para estar perto d vc tbm, meu amor... eh td q mais preciso e sempre precisei :)

    qto ao alice... haaa... como tentei t convencer d q era baum ^^ viu?! viu?! ^^

    vc e a música... as vezes dah até um ciuminhho.. haha

    AMO VC! Mais q salada com azeite xD

    bjuuu

    Aninha =*

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